quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

10- Política Externa

O modelo institucional em que se encontra a PUC-SP hoje se enquadra no de numa universidade que centraliza sua formação na hegemonia das idéias liberais sobre a sociedade. Isso reflete como retificação do entendimento de universidade que serve simplesmente como caminho para ascensão social individual dos estudantes. Essa concepção é o que justifica a atual parceria com as empresas, a fim de que estas sejam as fontes de recursos para pesquisas, projetos e cursos dentro da PUC-SP.

Neste contexto, não basta democratizar o acesso à universidade. Há de se pensar em uma nova estrutura comprometida com a transformação social e responsável pela formação crítica dos estudantes. Para isso, deve-se primordialmente realizar parcerias com os movimentos sociais.

No âmbito da pesquisa, a idéia é vincular a produção de conhecimento às demandas dos movimentos. Assim, a universidade tem que estar aberta para recebê-las. Devendo priorizar o uso dos espaços internos da PUC-SP para esse fim. Realizando palestras, debates, e cursos, objetivando aproximar os estudantes da realidade desses movimentos.

Além disso, o ensino fornecido pela nossa universidade, voltado somente para o mercado de trabalho, é deficitário na produção de um senso crítico. Para combater tal lógica a direção da universidade deve fomentar as iniciativas de formação de grupos de estudos voltados para temas os quais a universidade apresenta defasagem. Esses grupos teriam formato de núcleo e seriam compostos por professores da casa, pagos por hora-aula, e por representantes dos movimentos. Tal prática requer mínima estrutura para que se viabilizem essas atividades. A universidade deverá disponibilizar salas, materiais e professores para o acompanhamento dos grupos.

Em relação aos estágios, a proposta é relacioná-los com as pautas dos movimentos. Nesse ponto, a prioridade é aumentar o número de bolsas-estágio para abarcar o maior número de estudantes possível. Deve-se também aumentar o valor dessas bolsas; primeiro para que o estudante opte por um estágio compatível com sua formação universitária; segundo para valorizar esse tipo de trabalho, distanciando-o do conceito de voluntariado e, por fim, para que o estudante possa se envolver nos projetos de extensão obtendo remuneração que possibilite seu sustento econômico.

Neste contexto, a PUC-SP pode criar e qualificar os projetos de extensão, tais como a área de projetos sociais do Escritório Modelo Dom Paulo Evaristo Arns ou utilizar o estúdio de rádio da Comfil para iniciar parceria com rádios comunitárias. Por fim, tendo em vista a importância da universidade se inserir nas discussões nacionais que abrangem os problemas inerentes a cada curso, a PUC-SP deve oferecer suporte para viabilizar esse envolvimento. Isso pode ser feito financiando a participação dos estudantes, disponibilizando transporte, fornecendo espaços para produzir oficinas de pré-encontro, ou até servindo como sede para tais.

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