terça-feira, 6 de maio de 2008

Congresso estudantil democrático se constrói com diversidade de opiniões

Nota em resposta a direção majoritária do DCE (Coletivo: Nós não vamos pagar nada)

O Congresso Estudantil da UFF é um importante momento de debate e construção do movimento. Deve servir para armar o conjunto dos estudantes para as tarefas do próximo período. Deve fazer o balanço da luta contra o REUNI e todos os demais processos de luta na universidade. Deve proporcionar a interação entre os estudantes. E deve também refletir toda a PLURALIDADE de opiniões e concepções que há no movimento estudantil.

Um Congresso não pode esconder debates e diferenças, na busca de formulações mais unitárias possíveis e ações mais acertadas. Temos um histórico de construir a luta real na síntese de nossas divergências. Avaliamos que os últimos acontecimentos praticados pelos companheiros do coletivo "Nós Não Vamos Pagar Nada" estão na contramão de um congresso plural e democrático. O referido coletivo quer construir um congresso onde não haja espaço para distintas opiniões. Não admitimos que seja imposta uma única forma de fazer movimento estudantil na UFF, onde temos diferentes grupos de estudantes, e todos eles devem ter voz no congresso.

Em carta que circula no movimento estudantil, dizem que as mesas não podem ser divididas pela lógica das disputas políticas. Se fossem tão "puritanos" assim na escolha da composição das mesas, fugindo como dizem da lógica das disputas políticas, não propunham com tanta ênfase os nomes de João Alfredo, ex-deputado do Enlace (corrente política de inúmeros militantes do Pagar Nada) e do MST, movimento político com qual a mesma corrente busca exaustivamente manter um vínculo político. Nada contra. Achamos legítima e democrática a indicação dos nomes propostos pelos companheiros e defendemos ardorosamente que estejam nas mesas do Congresso. Mas o que nos incomoda profundamente são os ataques contra os nomes apresentados pelos demais coletivos, como se o "Pagar Nada" fizesse indicações "isentas" de sua linha política e os outros coletivos não.

Consideramos que todas as formas de pensar devem estar contempladas no Congresso. Cabe aos estudantes decidirem com qual linha política concordam ou não. É equivocado e antidemocrático esse comportamento policial de impor vetos a nomes propostos por outros grupos minoritários para compor mesas. Nunca foi tradição da militância de esquerda ter vetos a quem está do mesmo lado da trincheira nas mais diversas lutas travadas. Por isso, estamos denunciando e conclamando os companheiros a reverem essa postura com intuito de que possamos garantir, de forma unitária, a realização de um Congresso no qual o debate franco, consistente, plural e fraterno, entre todos e todas que lutam em defesa da universidade pública, possa se fazer presente e, assim, nos arme para as lutas que estão por vir.

Antes de lançar esta nota pública, todos os coletivos de esquerda no DCE, tentaram (sem êxito) buscar o diálogo com o "Pagar Nada" para que o mínimo direito de expressar a opinião fosse garantido a todos, mas os companheiros não recuaram e optaram em conjunto com as correntes governistas, PCdoB/PT, manter vetos. É bom lembrarmos que o "erro irresponsável" de parte da esquerda do ME em 2006 foi lançar-se como dona da verdade, colocar sua concepção acima das bandeiras e pautas que nos unem, rachar as chapas para os DCE's no Brasil inteiro e perder para o governo maioria das entidades facilitando a política privatista da reforma universitária. Em 2007, no embalo da luta contra o REUNI nos reunificamos e ganhamos de volta para esquerda os DCE´s. Com este problema na UFF, o Pagar Nada pode estar levando a uma vitória do inimigo comum (Lula/PCdoB/ PT).

Há quase 2 anos que construímos unitariamente a Frente de Luta contra a Reforma Universitária, apesar das diferenças que temos, não medimos esforços para que através desta unidade possamos enfrentar o governo Lula e suas medidas que sucateiam a educação, pactuada pela direção majoritária da UNE/PCdoB. Os ventos que sopram para o ME desde a UnB já nos mostram o exemplo a seguir, pois, é lutando que obteremos conquistas. Por isso, chamamos a que os companheiros do coletivo "Nos não vamos pagar nada", reflitam sobre suas posturas até aqui tomadas e que de fato venham construir um congresso democrático e plural, com respeito ao direito de todas as opiniões, para avançamos na nossa unidade e principalmente na Luta.

Chamamos cada estudante e cada Diretório Acadêmico a rediscutir a programação do congresso, para ser realmente democrático e plural. Propomos que a programação do congresso comece com a apresentação das teses para enriquecer o debate.

Coletivos Estudantis:

Barricadas abrem Caminhos – FOE
UFF que queremos – CONLUTE
Vamos À Luta – FOE

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