segunda-feira, 2 de julho de 2007

A Barricada Fecha a Rua, Porém Abre Caminhos

O ano de 2007 começou diferente para o movimento estudantil. Vive-se uma intensificação das lutas pela universidade pública como há muito não se via. Desde abril, ocupações estudantis eclodiram por todo o país: na Unicamp, na UFRJ, na UFF, na UFAL, na UFRGS, na UFES, na Unesp e na USP, exemplo mais famoso e duradouro, que permaneceu durante 50 dias desafiando o governo do Estado e a Reitoria autoritária. Soma-se ainda a estes movimentos a greve estudantil na UFS, a Plenária Nacional contra a Reforma Universitária no dia 26 de março, o Encontro Nacional contra as Reformas no dia 25 de março, a greve dos servidores federais, os atos unificados em conjunto com o MST nos dias 17 de abril e 23 de maio e muitas outras lutas. Essas mobilizações têm como característica comum a luta contra a retirada de direitos sociais promovida pelo neoliberalismo que governou este país por meio dos governo Collor e FHC e que se mantém, mais cruel do que nunca, no governo Lula.

“Tá legal, eu aceito o argumento. Mas não me altere o samba tanto assim. Olha que a rapaziada está sentindo a falta
De um cavaco, de um pandeiro ou de um tamborim”

Infelizmente, a UNE não atuou enquanto protagonista em nenhuma destas movimentações. A opção da sua diretoria majoritária em apoiar e disputar as políticas do governo petista a levou a uma atuação descolada dos anseios e dos problemas dos milhares de estudantes e trabalhadores atacados por este. Os setores oprimidos do país, a classe trabalhadora, se organizam novamente para uma luta de resistência encarniçada, e o maior instrumento que o movimento estudantil brasileiro já criou historicamente, a UNE, aparece enquanto mera espectadora deste processo: uma entidade burocratizada, que se contenta com as migalhas do governo. Ou oportunisticamente promove ações, que são verdadeiras paródias movimentações, vide tentativa da articulação da semana de ocupações por dentro da UNE e “defesa” do Passe Livre.

“Sem preconceito ou mania de passado, sem querer ficar do lado de quem não quer navegar”

Contudo, nós acreditamos que os estudantes presentes neste Conune ainda crêem na luta social, na radicalidade, e têm disposição para a construção deste importante movimento que vem surgindo. É por isso que construímos a Frente de Oposição de Esquerda (FOE) da UNE, porque acreditamos que as disputas no interior dos espaços da UNE são importantes e não estão esgotadas. Contudo, nunca nos furtaremos de realizar as lutas que julgamos centrais - como a contra o PL 7.200 e demais medidas do MEC que privatizam a educação (ver atrás)-, criando, se preciso for, espaços paralelos de organização, como a Frente de Luta contra a Reforma Universitária. É neste sentido que achamos fundamental a construção do encontro nacional de mobilização no segundo semestre, tirado pela plenária nacional do dia 16 de junho, chamada pelos estudantes da USP ocupados.

Convidamos a todos e todas presentes neste encontro a comporem estas lutas em conjunto conosco, com a esquerda da UNE. Temos no próximo período uma tarefa árdua, que é a consolidação da FOE no cotidiano dos estudantes, nas universidades públicas e nas particulares, e em qualquer espaço que haja luta estudantil neste país, criando uma referência de resistência para além da nossa atuação nos espaços da UNE. Somente desta forma, poderemos superar de vez o imobilismo e a burocratização que o movimento estudantil veio sofrendo e o tornar protagonista fundamental no embate contra a exploração e a dominação neoliberal.

3 comentários:

Arthur Souza disse...

é isso ae

Naiady disse...

Massa, galera!

Se puderem me convidar para postar no blog, agradeço.

é naiady@gmail.com
valeu!

a disse...

Tb tô aí pra postar

mike.lopes@gmail.com