segunda-feira, 2 de julho de 2007

Segundo Mandato de Lula, Quinto Mandato Neoliberal, 507 Anos de Exploração...

Nuestra lucha es por la vida y el mal gobierno oferta muerte como futuro.Nuestra lucha es por la justicia y el mal gobierno se llena de criminales y asesinos.Nuestra lucha es por la paz y el mal gobierno anuncia guerra y destruccion.Techo, tierra, trabajo, pan, salud, educacion, independencia, democracia, libertad.Estas fueron nuestras demandas, estas son hoy nuestras exigencias.

Manifiesto zapatista en Nahuatl. El General en Jefe del Ejercito Libertador del Sur, Emiliano Zapata



Nesse início de segundo mandato Lula (ou seria quinto mandato Collor?) nota-se claramente um recrudescimento das políticas neoliberais que avançam sobre os direitos dos trabalhadores. Exemplos disso são as Reformas da Previdência, Universitária, Sindical e Trabalhista, a tentativa de imposição de uma perigosa Lei de Greve, as declarações de Lula exaltando os usineiros e a repressão de diversos movimentos sociais.
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A política econômica implementada continua seguindo rigidamente o modelo mais neoliberal e conservador possível, com a insistência no superávit primário a qualquer preço. Ou seja, para alimentar esta política econômica e dados estatísticos, sacrificam-se verbas essenciais para garantir os direitos sociais básicos à população, como a saúde e a educação.
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É nesse quadro que os trabalhadores estão sendo atacados de todas as maneiras, ameaçados por “reformas” que visam cortar direitos básicos conquistados durante anos de luta. Tradicional reivindicação dos movimentos, o termo “reforma” passa a ser não mais uma política de avanço, mas é incorporado pelo conservadorismo na retirada de garantias sociais.
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Assim, frente a tão concretas ameaças, o que resta à classe trabalhadora nada mais é do que um urgente movimento de resistência, um forte processo reativo que já é sentido em diversos setores dos movimentos social, estudantil e sindical, alguns dos quais passaram o primeiro mandato de Lula ainda acreditando que o governo estava em disputa. É fundamental que tais lutas de reação não sejam travadas de forma individual, desarticulada ou corporativista, mas sim de maneira organizada entre diferentes setores, como começou a se concretizar no encontro do dia 25 de março, e depois se viu nos dias de luta unificada de 17 de abril e 23 de maio.
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A união e organização também se fazem indispensáveis porque está mais do que evidenciada a tendência de aumento cada vez maior da repressão frente a qualquer discordância, como se comprovou nos ataques do governo Serra ao Sindicato dos Metroviários, na invasão da PM na ocupação da Reitoria da UNESP Araraquara, na repressão do governo da Bahia à greve dos professores e agora no comportamento autoritário do governo federal frente às reivindicações mais do que justas dos controladores de vôo.
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Nesse contexto de reorganização dos movimentos sociais em resistência, é fundamental que a UNE assuma seu papel de representante e articuladora do movimento estudantil em nível nacional e atue de maneira efetiva, tanto na lutas contra a Reforma Universitária e contra a mercantilização da educação, quanto em qualquer frente que se organize por avanços nas conquistas e contra a retirada dos direitos.
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Classificado por nosso presidente como companheiro, George W. Bush, o genocida do petróleo, veio ao Brasil atrás do nosso suposto tesouro, o etanol. Mas por trás desta nova política de energia escondem-se séculos de opressão aos trabalhadores e a reafirmação do Brasil enquanto colônia, a base do plantation e da exportação de commodities primárias. Além disto, também veio reforçar a política de aliança e submissão do Brasil, frente ao novo panorama de lideranças sul-americanas.
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Há um momento de ebulição dos movimentos sociais em algumas regiões do mundo, em especial na América Latina. No entanto, é fundamental que se tenha muita cautela para fugir do risco fácil das generalizações e das conclusões precipitadas. É inegável que governos como de Hugo Chávez e Evo Morales apresentam avanços progressistas, já que, através de medidas concretas e mesmo no âmbito do discurso, colocam de novo em pauta questões antiimperialistas e mesmo socialistas. Tais medidas devem ser apoiadas, e tomadas como exemplo. O risco é que com esse apoio se abdique de uma visão crítica do que se passa em tais países, e mesmo das diferenças existentes entre eles.
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Quanto à política externa do governo Lula também, é preciso desvendar a falácia de que pelo menos neste quesito o mandato petista é progressista. Só a presença de tropas brasileiras no Haiti, a mando dos EUA, já desmentem tal formulação. O Brasil exerce papel perigosamente imperialista frente aos países menores da América Latina, e em sua ânsia de incluir-se no “grupo dos grandes”, dos desenvolvidos, não tem o menor pudor de ameaçar a soberania dos vizinhos, como se comprovou no caso das recentes intimidações feitas ao governo boliviano na disputa do gás natural. Como já colocava Paulo Arantes, “o problema é que quem pede para entrar normalmente não critica nem olha preço, para variar pago por uma nova categoria de ‘excluídos’ da modernização, recomeçando o ciclo do subdesenvolvimento, além dos devolver ao nosso ângulo de ataque, o ponto de vista das periferias reenquadradas pelas novas disciplinas do capital vitorioso”.

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