segunda-feira, 2 de julho de 2007

Opressões Específicas

Na história da humanidade, a exploração do humano pelo humano sempre se deu na imposição de diferenças e na nossa história recente isso não tem sido diferente. O capitalismo soube se apropriar destas estruturas, muitas vezes calcadas firmemente nas culturas dos povos, para aprofundar a sua exploração central, aquela exercida pela classe dominante. Os padrões de diferenciação impostos às mulheres, GLBTTs, negros, negras, indígenas e juventude, servem, em última instância, no sistema econômico vigente, para estabelecer condições de maior exploração da força de trabalho destes setores.

Não é a toa que são justamente ele que compõe a mão-de-obra mais precarizada e super explorada da base da cadeia produtiva, são eles igualmente que mais sofrem algumas das recentes as imposições neoliberais no país: Super Simples, Reforma da Previdência, Reforma Trabalhista, PAC, etc.

Obviamente, esta forma opressão se dá em diversos espaços da sociedade moderna para além do espaço do trabalho. É bastante evidente no caso do acesso às políticas públicas e direitos sociais, como acontece no caso da falta de atendimento a saúde adequado, no acesso à educação de forma restrita e que nega as suas identificações culturais específicas, etc.

Estas opressões, contudo, são sustentadas por um aparato de dominação ideológica muito forte, centrado na família, na escola e na mídia. É no seio destas que se constituí a formação cultural da sociedade capitalista, dando continuidade a este extenso histórico de exclusão. Mas é exatamente porque estas opressões são tão arraigadamente construídas através da esfera cultural, é que devemos combatê-las também nesta arena. É neste sentido que devemos apoiar e incentivar toda a luta auto-organizada e específica de mulheres, negros e negras, GLBTTs e indígenas, assim como devemos sempre pautar o debate acerca destas opressões em todos os espaços de debate político.

Enfim, para o movimento estudantil essas lutas não devem ser secundárias. Estudantes vivem um cotidiano que reproduz estas diferenciações sistemáticas e excludentes a todo tempo. Elas ocorrem tanto na forma dos trotes e jogos universitários, quanto dentro do próprio ME. Cabe a nós como atores do processo de transformação social lutar contra os efeitos da opressão neste sistema, porém tendo claro que a superação total delas não se dará dentro do capitalismo, mas sim num outro modelo de sociedade.

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